ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 17.08.1998.

 


Aos dezessete dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta e Pedro Ruas. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram apregoadas as Atas das Qüinquagésima Sétima e Qüinquagésima Oitava Sessões Ordinárias e das Vigésima Quarta e Vigésima Quinta Sessões Solenes, que deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Eliseu Sabino, o Pedido de Informações nº 106/98 (Processo nº 2423/98); pelo Vereador João Dib, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Jocelin Azambuja, o Projeto de Lei do Legislativo nº 119/98 (Processo nº 2440/98); pelo Vereador Luiz Braz, o Pedido de Informações nº 109/98 (Processo nº 2459/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 356 e 357/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 09/98, do Vereador Odalgírio Ary Strasser, Presidente da Câmara Municipal de Não-Me-Toque/RS; 18/98, do Vereador Rafael Luiz Fontana, Presidente da Câmara Municipal de Encantado/RS; 124/98, do Senhor Elio Mattos de Vargas, Presidente da Associação dos Funcionários Municipais/AFM; 312/98, do Senhor Vicente Joaquim Bogo, Vice-Governador do Estado/RS; 2823, 2863 e 2865/98, da Senhora Iara Leite, do Gabinete da Casa Civil do Estado/RS; 2857/98, da Senhora Ieda Hoppe Lamaison, Procuradora da República no Estado/RS; Impressos: da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, divulgando o IV Seminário "Saúde, um bem que se quer"; da União dos Vereadores do Brasil - UVB, divulgando o XXXVII Encontro Nacional de Vereadores; do Instituto Brasileiro de Apoio aos Municípios, divulgando o Congresso Interestadual de Prefeitos e Vereadores e o Congresso Latino-Americano de Administração Pública; da Associação Catarinense de Câmaras Municipais - UVESC, divulgando o XXXI Encontro Estadual de Vereadores e Servidores de Câmaras Municipais; do Instituto Municipalista Brasileiro, divulgando o XVI Congresso Nacional de Vereadores. A seguir, por solicitação da Vereadora Maria do Rosário, foi feito um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Jornalista Antônio Pinheiro Machado Neto, falecido no dia quinze de agosto do corrente, tendo o Vereador Isaac Ainhorn, em nome das Bancadas do PDT, PSB e PMDB, manifestado-se a respeito. Em continuidade, o Vereador Reginaldo Pujol registrou o falecimento do Senhor Ivo Antônio Custódio Ardais. Na ocasião, o Senhor Presidente solicitou que cópias das manifestações dos Vereadores Maria do Rosário e Reginaldo Pujol fossem consideradas como manifestação da Casa e enviadas aos familiares dos Senhores Antônio Pinheiro Machado Neto e Ivo Antônio Custódio Ardais. Após, foram apregoados Requerimentos dos Vereadores Paulo Brum e Juarez Pinheiro, solicitando Licenças para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança os Suplentes Jocelin Azambuja, em substituição ao Vereador Paulo Brum, e Cyro Martini, em substituição ao Vereador Juarez Pinheiro, informando que Suas Excelências integrarão, respectivamente, as Comissões de Urbanização, Transportes e Habitação e de Constituição e Justiça. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Fernando Záchia, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 72/96; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 97 e 94/98, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Executivo nºs 21 e 24/98; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 59, 73, 93, 100, 102 e 98/98, este discutido pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Executivo nº 23/98, discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell, Renato Guimarães e Maria do Rosário, o Projeto de Lei do Executivo nº 25/98, discutido pelos Vereadores João Dib, Renato Guimarães e Maria do Rosário. Na oportunidade, o Vereador Antônio Losada formulou Requerimento verbal solicitando a inserção nos Anais da Casa de artigo do colunista Paulo Sant'Ana, intitulado "Direito mínimo do consumidor", publicado na edição do Jornal Zero Hora do dia quatorze de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca das disposições regimentais relativas a procedimentos desta natureza, determinando que Sua Excelência encaminhe tal Requerimento por escrito. Também, o Senhor Presidente solicitou à Diretoria Legislativa que diligenciasse no sentido de verificar se a Lei Municipal nº 7111, de oito de julho de mil novecentos e noventa e dois, ainda permanece em vigor. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Fernando Záchia, anteriormente apregoado, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Sebastião Melo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia reiterou denúncias feitas anteriormente, a respeito do atraso no repasse de verbas para os atletas beneficiados com o programa de "Bolsas Olímpicas" patrocinado pelo Governo do Estado, ressaltando as dificuldades enfrentadas por estes atletas em virtude desta situação e solicitando providências a fim de que tal quadro seja revertido o mais rapidamente possível. O Vereador Nereu D'Ávila teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 139/97, de autoria do Vereador Antônio Losada, que normatiza a utilização do sistema de código de barras pelos estabelecimentos comerciais de Porto Alegre, analisando os efeitos que tal legislação poderá acarretar para os comerciantes e consumidores da Cidade. O Vereador Sebastião Melo informou ter protocolado o Projeto de Lei nº 123/98 (Processo nº 2500/98), destinado a facilitar o acesso dos Senhores Vereadores às informações relativas às execuções orçamentárias realizadas pelo Executivo Municipal. Também, contraditou declarações prestadas pela Vereadora Maria do Rosário, durante o período de Pauta, relativas à adesão de funcionários da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor - FEBEM ao Plano de Demissões Voluntárias realizado pelo Governo Estadual. Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário formulou Requerimento verbal solicitando informações acerca do artigo 12 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Jocelin Azambuja, ao comentar aspectos relativos à municipalização da saúde em Porto Alegre, discorreu sobre a atuação da fiscalização sanitária junto às farmácias e drogarias da Cidade, afirmando ser inviável o cumprimento de determinação da vigilância sanitária, de permanência constante de um farmacêutico responsável em cada estabelecimento do gênero, pela número insuficiente de profissionais em atividade na Cidade. O Vereador Antônio Losada registrou sua participação no Congresso Nacional do Partido União Cívica Radical da Argentina. Também, teceu considerações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/97, ressaltando a importância deste projeto para que os consumidores tenham mais elementos para exigir o cumprimento dos direitos elencados no Código de Defesa do Consumidor. O Vereador Cláudio Sebenelo leu e comentou acórdão prolatado pela Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, através do qual foi negado provimento ao Agravo de Instrumento nº 598016210, interposto pelo Município de Porto Alegre contra decisão da Segunda Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, relacionada à iniciativa do Executivo Municipal em construir uma pista de eventos no Parque Marinha do Brasil. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou informações acerca do artigo 12 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib manifestou-se a respeito da Lei Complementar nº 268, que proíbe a realização de construções sobre a área compreendida entre o Estádio Beira-Rio e o Parque Marinha do Brasil. Ainda, reportou-se ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, acerca de Projeto de Lei nº 123/98 (Processo nº 2500/98). A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoado Requerimento da Vereadora Anamaria Negroni, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada, por dezesseis votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Renato Guimarães, João Dib, Cláudio Sebenelo, Maria do Rosário, Clênia Maranhão e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Cyro Martini e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, João Carlos Nedel, João Dib, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista, Jocelin Azambuja e Sebastião Melo. Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando juntada de documentos aos autos do Projeto de Lei do Executivo nº 07/98 (Processo nº 685/98). Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 05/98, em sua parte vetada, considerando-se aceito o Veto Parcial a ele aposto, por dois votos SIM e vinte e um votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz e Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Cláudio Sebenelo e Isaac Ainhorn e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto Batista, Jocelin Azambuja e Sebastião Melo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 74/98. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 07/98, discutido pelo Vereador Adeli Sell. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 07/98, os Vereadores Jocelin Azambuja e Renato Guimarães formularam Requerimentos verbais solicitando verificação de "quorum", tendo o Vereador Renato Guimarães, posteriormente, retirado de tramitação seu Requerimento e tendo o Senhor Presidente declarado a existência do "quorum" necessário para discussão de matérias. Ainda, o Vereador Jocelin Azambuja formulou Requerimento verbal, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 07/98, ao que o Senhor Presidente determinou fosse tal Requerimento encaminhado por escrito, o que foi efetuado pelo Vereador Jocelin Azambuja. Após, o Vereador Jocelin Azambuja solicitou fosse votado imediatamente o Requerimento de sua autoria, de adiamento da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 07/98, ao que o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das disposições regimentais relativas à observância do "quorum" mínimo para a apreciação de projetos. Também, face à Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Pedro Ruas, o Senhor Presidente informou que ficariam garantidas as inscrições já efetuadas para a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 07/98. Às dezessete horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol, João Dib e Adeli Sell, os dois últimos nos termos do parágrafo único do artigo 27 do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Elói Guimarães, os dois últimos como Secretários "ad hoc". Do que eu, Reginaldo Pujol, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para um Requerimento.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, quero requerer que façamos um minuto de silêncio em memória do ex-Deputado Constituinte do nosso Estado, do PCB, de 1946, Cidadão Emérito desta Casa, cujo título tive a honra de propor. Jornalista, amante do esporte, uma pessoa vinculada a toda solidariedade, amigo, reconhecidamente, naquele país e do próprio povo cubano, internacionalista, amigo dos povos de toda a América Latina, advogado, Dr. Antônio Pinheiro Machado Neto, o “Pinheirinho”, que faleceu no último sábado.

Solicito a V. Exa. que, em honra dessa figura tão especial para nós, nosso Deputado Constituinte do PCB, cassado naquele momento de 1946, nós fizéssemos um minuto de silêncio mais como um aplauso pela vida dedicada do “Pinheirinho” a Porto Alegre e ao nosso povo.

 

O SR. PRESIDENTE: É claro que atenderemos o Requerimento de V. Exa., Vera. Maria do Rosário, mas gostaria de solicitar a V. Exa. que esse seu pronunciamento pudesse ser enviado aos familiares do Pinheiro Machado como uma manifestação desta Casa em apreço a tudo que ele representou e representa para nós.

 

(É feito um minuto de silêncio.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, nós buscamos, antes que V. Exa. iniciasse um minuto de silêncio ao Dr. Antônio Pinheiro Machado Neto, ex-Constituinte, ex-Presidente do Esporte Clube Cruzeiro, cujas características pessoais de homem público já foram devidamente assinaladas pela Vera. Maria do Rosário quando do encaminhamento da sua proposição, o que evidentemente levou o respaldo de todos nós, independentemente de posições políticas, dado o respeito que tínhamos a esse integrante da sociedade porto-alegrense... E nós pretendíamos, Sr. Presidente, também fazer um requerimento dessa ordem, mas, tendo em vista que a Casa já o fez para o ex-Deputado Antônio Pinheiro Machado Neto, eu gostaria que a Casa registrasse o nosso pesar pelo passamento do Dr. Ivo Custódio Ardais, ontem ocorrido, sepultado no dia de hoje. Deixando de lado o requerimento do Voto de Pesar em termos de homenagem de minuto de silêncio, nós tão-somente gostaríamos que a Casa fizesse chegar à família enlutada as homenagens póstumas deste Legislativo a esse ilustre médico da Cidade de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: A homenagem da Casa será feita, exatamente, com o envio das palavras de V. Exa. para os familiares, que se constituirá, também, na homenagem póstuma desta Casa a todos os seus familiares à sua memória.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): A Bancada do Partido Democrático Trabalhista nesta Casa, composta por este Vereador, pelo seu Líder Ver. Nereu D’Ávila, pelos Vereadores Elói Guimarães e Pedro Ruas, neste momento... Também tenho a solicitação do Ver. Carlos Garcia para que manifeste também, em nome do Partido Socialista Brasileiro, o mais profundo pesar pelo desaparecimento do eminente advogado e homem público, Cidadão Emérito de Porto Alegre. Também me solicita o Ver. Sebastião Melo que expresse o sentimento em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro pelo falecimento desse ilustre homem público, Antônio Pinheiro Machado Neto, que em toda sua vida teve uma trajetória brilhante. Foi cassado, pela cassação do mandato dos parlamentares do Partido Comunista Brasileiro, em 1947, e jamais aceitou, Sr. Presidente, o fato de que aquela Casa tenha silenciado, quando ilegalmente se cassou o registro daquele partido por ocasião do restabelecimento da democracia em nosso País. Portanto, a manifestação, em nome do PDT, do PSB, do PMDB, de profundo pesar pela perda irreparável dessa figura extraordinária que foi Cidadão Emérito de Porto Alegre, o Dr. Antônio Pinheiro Machado Neto.

 

O SR. PRESIDENTE: Os Vereadores Paulo Brum e Juarez Pinheiro solicitam Licença para Tratamento de Saúde no dia 17-8-98.

 

(Obs.: Foram apregoados os Requerimentos de licença dos Vereadores Paulo Brum e Juarez Pinheiro e dada posse aos Suplentes, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3130/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 072/96, que declara de Utilidade Pública a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Adayr Figueiredo nº 81.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1998/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/98, de autoria do Ver. José Valdir, que altera a Lei Municipal nº 7111, de 08 de julho de 1992, que institui a “Semana Farroupilha” no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2107/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que determina a abertura dos portões do Mercado Público Central aos domingos e dá outras providências.

 

PROC. 2142/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/98, que autoriza alienação de próprio municipal.

 

PROC. Nº 2264/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/98, que altera o art. 1º da Lei nº 7092, de 19 de julho de 1992, que denomina Praça Zamprogna um logradouro público situado no Bairro Humaitá, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1349/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Largo “35” CTG, “O Pioneiro”, o espaço vazio compreendido pela bifurcação da Rua Dr. Salvador França com a Av. Ipiranga, no Bairro Jardim Botânico.

 

PROC. 1588/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Largo Cavaleiros da Paz o espaço localizado na Av. Loureiro da Silva, entre a Av. Edvaldo Pereira Paiva e o prédio da Câmara Municipal de Porto Alegre, autoriza construção de monumento às tradições gaúchas e dá outras providências.

 

PROC. 1968/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/98, que denomina Rua Lygia Tatsch Rothmann um logradouro público localizado no Bairro Jardim Itu-Sabará.

 

PROC. 2108/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que cria o Brique do Largo Glênio Peres e dá outras providências.

 

PROC. 2122/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua José Bastide um logradouro público localizado no Bairro Belém Novo.

 

PROC. 2141/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 102/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Monsenhor Avelino Dalla Vecchia um logradouro público localizado no Bairro Partenon.

 

PROC. 2263/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/98, que autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos a contratar operação de crédito com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul – BANRISUL, como órgão gestor do Fundo de Desenvolvimento do Programa Integrado de Melhoria Social – FUNDOPIMES, e dá outras providências. Urgência.

 

PROC. 2323/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/98, que cria cargos na Fundação de Educação Social e Comunitária – FESC e dá outras providências. (Monitor)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que é preciso insistir. Há dois projetos na Pauta no dia de hoje. Um do DMAE, que solicita autorização para empréstimo da ordem de 13 milhões, dos quais 9 milhões, 750 mil serão financiados e 3 milhões, 250 mil são contrapartida do Departamento para a realização de obras de esgoto. Nós já pedimos urgência para a aprovação deste Projeto, eis que o DMAE pretende entregar as obras da estação de tratamento de esgoto, segundo informa a Exposição de Motivos, no mês de junho do ano que vem. A urgência fará com que ele seja rapidamente atendido, e tenho a convicção de que terá a unanimidade dos votos desta Casa. Mas é bom e importante lembrar que nós queremos - pelo menos alguns Vereadores desejam - que as obras sejam realizadas por empresas gaúchas. E não há nenhuma xenofobia no caso. Quando os nossos industriais se dirigem ao Nordeste e lá implantam fábricas, aproveitam mão-de-obra do Nordeste, não as levam daqui e criam empregos. Nós precisamos de empregos. Não há por que criticar o desemprego quando nós temos oportunidade de criar empregos e trazemos gente de fora. Não há nada contra os nordestinos, que são tão brasileiros quanto eu, mas, como o dinheiro é gaúcho, eu acho que as obras devem ser realizadas por empresas gaúchas e trabalhadas por operários gaúchos.

No outro projeto, o Prefeito cria cargos de monitores na FESC. É bom insistir, é bom lembrar que, se se precisa de cargos, se façam projetos de lei abrindo novos cargos. A Câmara nenhuma vez negou a abertura de cargos. Eu até não sei como é que a Prefeitura passou, do dia 31 de dezembro de 89 para o dia 31 de dezembro de 97, de vinte mil para vinte e sete mil servidores. Eu não sei como fez isso. Não sei como cria tantos cargos. Mas passaram e estão aí, fora as cartas-contrato, que me revoltam desde 1989, e venho usando esta tribuna para dizer da minha inconformidade com esse tipo de atuação da Prefeitura. E devo dizer que alguns daqueles contratados já entraram na Justiça, porque foram renovadas as suas contratações, para que fossem integrantes do quadro. Não sei se dentro dos vinte e sete mil, já que não temos nenhuma maneira de saber, não estão também estes que ingressaram na Justiça e que devem ter ganho. Então, na verdade, essas cartas-contrato, segundo a Prefeitura, são feitas por emergência, mas, segundo o dicionário, emergência é situação crítica e, se a Prefeitura está sempre em situação crítica, algo vai mal nesta Cidade e é preciso ser modificado. E temos o caso de médicos sendo contratados por carta-contrato e já concursados, mas, segundo a Prefeitura, não há vagas. É estranho, muito estranho.

Cumprimento o Prefeito quando ele manda um projeto de lei para criar cargos na FESC. Não sei se o PT irá pedir urgência para este Projeto ou não, mas, se pedir, leva o meu voto também, não há nenhum problema, porque eu gosto das coisas bem feitas, e, quando se criam cargos por necessidade, podendo-se documentar, podendo-se demonstrar, não há por que não aceitar. E a Câmara tem feito isso. Centenas de cargos de professores foram criados sem nenhuma restrição e outros cargos foram criados sem nenhuma restrição da Câmara. A Prefeitura tem vinte e sete mil funcionários, entre ativos e inativos, e no dia 31 de dezembro de 1989, segundo informações da própria Prefeitura, tinha vinte mil. São sete mil. Cresceram em 35% os cargos na Prefeitura, e a população não cresceu nem 3% nesse período. Continuamos tendo cerca de um milhão e 300 mil habitantes.

Cumprimentos ao DMAE, que terá verba para fazer a estação de tratamento na Zona Norte, e cumprimentos à FESC, que terá novos monitores. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que a coluna do jornal Zero Hora do Jornalista Paulo Sant’Ana do dia 14 próximo passado seja registrada nos Anais dada a repercussão que teve nos meios comunitários.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Antônio Losada, V. Exa. teria que fazer por escrito para ser submetido à Casa ou aproveitar um tempo seu na tribuna para fazer a leitura, o que faria com que ficasse consignada nos Anais a coluna aludida por V. Exa.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Então, vou encaminhar por escrito.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Antes de mais nada, é preciso esclarecer que no serviço público existe licitação, existe uma lei que deve ser obedecida, e ela é rigorosamente observada pela nossa Administração. Existe a Lei 8.666. As empresas, nas quatro pontas do País, participam das nossas licitações. Vale dizer, inclusive, que, pela forma aberta, transparente com que agimos na Administração Pública, pequenas, médias e grandes empresas participam com igualdade de condições. Houve uma concorrência no DMAE. Venceu uma empresa que contrata os operários, e não depende da vontade dos porto-alegrenses, dos gaúchos de Porto Alegre a contratação dos operários. Somos uma administração, um partido que tem defendido o pleno emprego e tem lutado por isso. Digo isso e coloco uma pedra em cima dessa discussão, que parece que não termina mais, como se algo de ilegal tivesse sido feito por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Os telespectadores e as pessoas que nos assistem neste Plenário sabem muito bem do que estamos falando.

Quero tratar, de fato, é de um projeto do Ver. Isaac Ainhorn, que trata da questão do brique no Largo Glênio Peres. Queria dizer que é uma idéia com a qual concordo. Como já foi dito na semana passada, a nossa bancada está discutindo a questão e essa sua idéia me enseja a voltar ao debate sobre o Centro de Porto Alegre. Queremos um centro de Porto Alegre completamente revitalizado, e o brique aos domingos pode ser um elemento extremamente importante. Não há problema, também, na abertura dos portões do Mercado Público, até porque sou daqueles que defende que dentro do Mercado Público - e já fiz um pedido de providências nesse sentido - haja, inclusive, um posto de informações turísticas, que é fundamental, porque no Paço Municipal existe, mas nos finais de semana fica fechado. Portanto, essas idéias são importantes. Elas devem ser trabalhadas e discutidas aqui, recebendo o meu apoio. É importante registrar - inclusive já fiz um pedido de providências nesse sentido - algo sobre a plena utilização de todas as salas do Mercado Público. Preocupo-me com isso, em particular, porque os seus ocupantes acabam gastando mais, porque temos ainda algumas salas desocupadas.

Nós queremos, portanto, com a plena ocupação do Mercado Público, com o futuro brique, com o funcionamento do Centro 24 Horas, com o Corredor Cultural, a revitalização que estamos fazendo no Centro, como aqui foi abordado há poucos dias pela Associação da Rua 24 de Maio, em que recentemente foi organizada uma visita de vários secretários a essa rua, havendo um processo, inclusive, da sua incorporação para a revitalização do Centro. Por isso, gostaríamos de registrar o nosso empenho nessas questões que aqui colocamos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ausente da Sessão da última sexta-feira, não tive a oportunidade de ver transcorrer, em primeiro dia de Pauta, o Projeto de Lei do Legislativo nº 94/98, que altera a Lei Municipal nº 7.111, que institui a Semana Farroupilha no Município de Porto Alegre. Hoje, quero fazer um alerta à Casa.

Penso que a Lei nº 7.111 não esteja em vigor, porque, ao longo do ano de 1995, esta Casa aprovou uma lei normatizando a Semana Farroupilha no Município de Porto Alegre e muito certamente derroga essa legislação anterior ao prever, no seu derradeiro artigo, a revogação das disposições existentes sobre a matéria. De qualquer sorte, acho que a iniciativa em debate pode ensejar, no mínimo, o esclarecimento dessa circunstância, se está ou não vigorando a Lei 7.111 e se a lei promulgada pelo Prefeito Tarso Genro em 1996 está ou não produzindo efeitos de vez que, em função dessa lei, existe uma série de atos já designados e que deverão desenvolver-se no mês de setembro do corrente ano. Por isso gostaríamos de, em discussão preliminar, no momento absolutamente oportuno, promover, objetiva e formalmente, uma consulta à Mesa nesse teor, sobre a vigência ou não da Lei 7.111, de 1992, em face da legislação consagrada em 1996 que, em nosso entendimento, ocasiona alterações na matéria em que se pretende ver modificado o seu disciplinamento. A Procuradoria silencia sobre esse particular porque, no seu Parecer prévio, cinge-se a afirmar que o Projeto apresenta vício de iniciativa, pois ao criar a Comissão Organizadora intervém na administração do Município, fato esse que nós impugnaríamos, porque essa Comissão Organizadora já existe por disposição de lei, que não vem sendo cumprida pelo Município, mas já existe.

Requeremos, a um só tempo, primeiro: que fosse anexada ao Projeto a lei vigente nos dias presentes; segundo, que se buscasse esclarecer junto à Procuradoria e à Comissão de Constituição e Justiça se, em face da existência desse novo diploma legal, decaiu ou não a Lei nº 7.111, que foi sancionada pelo Prefeito Olívio Dutra em julho de 1992, em contraponto à lei que veio a ser sancionada em 1996 pelo Prefeito Tarso Genro, que, revogando as disposições em contrário, a nosso juízo, revogou essa lei.

Era a solicitação que faríamos, discutindo preliminarmente esse Projeto, em cujo mérito não nos podemos aprofundar diante dessa preliminar absolutamente conseqüente por todas as razões que coloquei na tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, a Diretoria Legislativa já está fazendo as consultas para esclarecer V. Exa. e o Plenário sobre as dúvidas a respeito da vigência ou não da Lei nº 7.111.

O Ver. Fernando Záchia solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Fernando Záchia e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discuto, novamente, o Projeto do Executivo que cria cargos na Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC. Faço este registro porque, contrário à maré das privatizações, contrário à maré dos programas de demissão voluntária, que cada vez diminuem mais a intervenção do Estado na sociedade, maré essa impulsionada pelo chamado projeto do novo liberalismo - que de novo não tem nada -, contrário a essa posição que os Governos Federal e Estadual tomam, de diminuir o tamanho dos seus serviços, a Prefeitura de Porto Alegre amplia os seus serviços.

É importante que se use como exemplo e como documento a intervenção do Ver. João Dib, que disse que nos últimos anos aumentou o número de servidores no Município de Porto Alegre. Esse é o registro concreto de que a Prefeitura de Porto Alegre enfrenta o problema da questão do atendimento à população, porque se aumentou a rede de escola, se aumentou a rede de saúde, se aumentou a rede de assistência social. E o Projeto da FESC vem em resposta a isso. São mais abrigos para atender à população de rua, são mais casas para o atendimento a crianças e adolescentes. Porto Alegre enfrenta, sim, com política de geração de empregos, a questão dos serviços de atendimento à população. Em contrapartida, não vemos esse mesmo horizonte no nível estadual e federal, e sim o fechamento de muitos serviços de atendimento à população.

Engrossando a fileira do discurso de que temos que pedir urgência para projetos de interesse do cidadão de Porto Alegre, eu diria que esse Projeto da FESC, que cria esses cargos, é importante, e a Casa deve destacar no debate e na votação de urgência. Mas fica o registro de que as coisas são diferentes no nível estadual e no nível federal.

Também destacaria novamente o debate. O Ver. João Dib já registrou que pediu urgência para a autorização de busca de investimentos para a Cidade de Porto Alegre. Eu gostaria de acrescentar aos argumentos já usados aqui que esse investimento - a Estação de Tratamento de Esgotos Navegantes/São João - vai ampliar em 15% o tratamento dos esgotos da Cidade. Portanto, é despoluir o Rio Guaíba. Então, é uma obra de muita importância para a Cidade de Porto Alegre. É interessante que se registre que parte desse financiamento será para a substituição de rede de água potável na Cidade. Todos convivemos diariamente com o problema das fugas d’água. Parte desses recursos que estão vindo do FUNDOPIMES serão para a troca de rede de água potável, dando maiores condições de abastecimento na Cidade.

Finalizando, deixo o registro de que existe um conjunto de projetos na Casa - sobre questões de comércio, sobre a questão do Mercado Público, sobre o brique - que tratam prioritariamente sobre uma visão que a Cidade de Porto Alegre deve ter sobre a revitalização do seu Centro. O que eu espero - e é dever e obrigação desta Casa e nosso, como representantes, Vereadores - é que possamos fazer um debate que trate, sim, da revitalização do Centro, mas que trate da questão do emprego informal, que trate dos vendedores ambulantes, que possamos nos responsabilizar com o conjunto desse debate e não só com a discussão de mais um brique para a Cidade. Há necessidade de mais um brique? Se é no Centro, onde será? Como funcionará? No domingo, quando sabemos que a população busca outros lugares para lazer? Esse debate esta Casa tem que fazer, conjugado com a questão do emprego, conjugado com a questão da abertura, cada vez mais, de espaços informais para a economia. Como isso se dará em relação à revitalização do Centro? E, pensando nesse conjunto da revitalização do Centro, o Mercado Público, sem sombra de dúvida, assume um papel importante. E, aí, nós temos que discutir o seu papel na economia do Município, na questão do turismo, na questão da cultura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós estamos debatendo um projeto do Executivo que cria cargos para a Fundação de Educação Social e Comunitária: trinta e cinco cargos de monitores, Vera. Tereza Franco. Para onde irão esses profissionais que estarão sendo chamados a partir de concurso público já realizado? Irão trabalhar justamente nos programas de abrigo que hoje a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tem e que oferece um serviço ininterrupto de vinte e quatro horas de atendimento à população adulta, à população que vive nas ruas e que precisa ser abrigada, acolhida, receber um atendimento humano, sentir-se, de fato, um cidadão, e também para a população infanto-juvenil.

Vale lembrar que nós temos, em Porto Alegre, quatro programas de abrigo: uma casa de passagem, destinada a crianças de sete a doze anos, vítimas da violência, abuso sexual, maus-tratos e negligência. Há referências do atendimento para os Conselhos Tutelares e para aquelas situações, tanto no Pronto Socorro quanto nos hospitais, no Sistema Único de Saúde, de crianças que precisam momentaneamente, inclusive, e talvez por um período maior, ser retiradas, lamentavelmente, até mesmo de famílias que sejam maltratantes, que pratiquem violência de todo tipo. Existe também em Porto Alegre um abrigo municipal chamado Ingá Brita, que é destinado ao atendimento de adolescentes, localizado próximo à Cristiano Fischer. Esse abrigo atende adolescentes de catorze a dezoito anos e é uma referência importantíssima para meninos e meninas que estão pelas ruas da Cidade e que precisam voltar à vida escolar. São adolescentes que perderam os seus vínculos familiares e que ali encontram um trabalho cotidiano de resgate da própria vida. Ainda temos o Abrigo Municipal Bom Jesus, o Abrigo Marlene e a Casa de Convivência Abrivivência, que atendem à população adulta de rua e que são uma referência para essa população.

O Ver. Renato Guimarães registrou da tribuna o quanto é importante que nós estejamos ampliando o nosso atendimento social. Quando nós aprontamos a criação de cargos para o atendimento social, estamos, justamente, procurando melhorar o atendimento. Quando recebemos essa incumbência concreta - e a FESC se transformou num espaço de referência, num centro, numa instituição de referência da assistência social de Porto Alegre -, nós temos ampliados, significativamente, a necessidade e o atendimento. Assim tem sido em todas as áreas em Porto Alegre. Na área da educação, nesses últimos dez anos, ampliamos três vezes o número de vagas nas escolas públicas municipais, ampliamos o atendimento para as crianças e adolescentes portadores de deficiência - enfim, ampliamos a educação de jovens e adultos. Não temos uma carta-contrato sequer, uma contratação emergencial sequer na área de educação. Não temos contratações emergenciais na área de assistência social. Por que, Srs. Vereadores? Porque nessas áreas as pessoas estabelecem vínculos afetivos. Um monitor que atenda uma criança no dia de hoje ele não pode, amanhã, simplesmente romper um contrato emergencial e deixar de atender. Ele precisa continuar atendendo, porque esse vínculo que ele estabeleceu com a criança, com aquele que é abandonado, é fundamental para que aquele atendimento tenha a qualidade necessária. Para nós o atendimento tem um princípio, que é o princípio de ser humano, de ser válido para a promoção da pessoa.

O que acontece, por exemplo - e faço um paralelo -, com a nossa FEBEM, onde muitos monitores que atendiam crianças e adolescentes entraram no Plano de Demissão Voluntária, Ver. Luiz Braz? Mais de cem monitores da FEBEM foram convidados pelo Governo do Estado para entrarem no PDV. O que ocorreu? Pessoas que atendiam crianças e adolescentes, que tinham vínculos com aqueles que eram abandonados, que estavam maltratados, e tinham vínculos afetivos entraram no Plano de Demissão Voluntária porque a instituição não oferecia nada de bom para essas pessoas como profissionais. Aí, Srs. Vereadores, essas crianças perderam aqueles com quem tinham vínculos.

É por isso, Ver. João Dib, que a nossa política municipal não é a política da contratação emergencial na área de assistência social e não é a política de contratação emergencial na área da educação.

Na saúde, nós trabalhamos com a proposta de contratação emergencial porque recebemos cinqüenta postos de saúde. É preciso que se diga daqui, desta tribuna, que trezentos e quarenta e oito profissionais da saúde, no Programa de Municipalização da Saúde, simplesmente nunca exerceram atividade na saúde em Porto Alegre. Mesmo com a municipalização, vindos do Estado, entraram no PDV, entraram em exonerações, entraram em licença, abandonaram a função pública, porque o Estado não oferecia nenhuma possibilidade de melhora, não oferecia salários dignos. O que sobrou para a nossa Prefeitura? A contratação emergencial, porque até que o Estado contrate um novo demora três meses. Atrasa contratação, não chama concursados, e a população não pode ter um interregno no atendimento. E é aí que a Prefeitura está fazendo contratações emergenciais, somente na área da saúde, com uma ou outra exceção, que o zeloso Ver. João Dib poderá, agora, levantar em aparte, mas eu faço questão de dizer que são todas exceções. Para nós, Ver. João Dib, para a saúde e assistência social, não temos contratações emergenciais, porque ali se estabelecem vínculos concretos, afetivos, vivos, entre as pessoas que são atendidas e as pessoas que atendem. Na saúde, Ver. João Dib, se nós não tivéssemos exercido contratações emergenciais, não teríamos atendimento, porque recebemos cinqüenta postos de saúde completamente destruídos e tivemos mais de quatrocentos profissionais que não quiseram se manter como profissionais do Estado. Permitam-me dizer: o Vereador é zeloso. Os Vereadores têm que ser, porque têm que fiscalizar o Poder Executivo, mas aqui nós temos ampla justificativa. É uma situação de emergência atender a população na área da saúde em primeiro lugar, e, se for necessário, como tem sido, atenderemos em situação de cartas-contrato até que tenhamos possibilidade do concurso público efetivado, também, na saúde.

Quanto à prioridade na carta-contrato da saúde, mesmo que estejamos fugindo do tema - V. Exa. deu uma fugidinha primeiro -, quando nós chamamos primeiro os que foram concursados para a carta-contrato é por um critério legítimo, para que ninguém passe na frente do que foi concursado. É o contrário do que o Vereador diz: é em respeito ao concursado.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu aceitaria os argumentos brilhantes de V. Exa. se fossem essas contratações a partir da municipalização da saúde, mas é desde o início da Administração Municipal, da administração prefeitoral.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Se V. Exa. me permite, a Administração Popular desta Cidade ampliou o número de contratações emergenciais para a saúde - e V. Exa. acompanha isso. É Vereador há três mandatos, há quatro mandatos - agora me perdi sobre quantos são - e V. Exa. sabe muito bem que a nossa necessidade emergencial se deu agora, com a municipalização, quando estamos pressionados para o atendimento, e é uma pressão justa da população. Não seremos omissos, Ver. João Dib, e se existe a necessidade da contratação emergencial na área da saúde estaremos contratando, mas, na assistência social, pedimos a V. Exas.: vamos aprovar os trinta e cinco cargos para a FESC para monitores, para o atendimento dos abrigos. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está encerrado o período de Pauta.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. No mês de junho falamos sobre o projeto das bolsas olímpicas que o Governo do Estado ofereceu aos atletas. Falamos que no mês de dezembro tivemos a oportunidade de participar do lançamento dessas bolsas, onde o Sr. Governador do Estado entregou, em ato simbólico, a um atleta uma bolsa olímpica, em nome dos demais atletas do Rio Grande do Sul. Só tem um detalhe, e já tínhamos levantado isso no mês de junho: o Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, está devendo sete parcelas a esses atletas. Muitos deles largaram seus empregos, estão inadimplentes nas faculdades, porque assumiram compromissos porque o Sr. Governador do Estado, através da Secretaria de Educação, prometeu bolsas de atletas para eles. Ao mesmo tempo, quando fizemos a denúncia no mês de junho, logo em seguida a Secretaria de Educação reuniu os atletas e explicou que não tinha feito o pagamento porque precisava de uma avaliação, que foi feita, e mais dois meses se passaram e esses atletas não receberam suas bolsas. Estão pendentes as datas de 5 de fevereiro, 6 de março, 7 de março, 8 de abril, duas em 29 de maio e junho.

Gostaríamos que o Governo do Estado, o quanto antes, resolvesse este problema de inúmeros atletas que dependem hoje dessas bolsas para continuar seus treinamentos. Como já dissemos, muitos deles que trabalhavam deixaram seus empregos e alguns contraíram dívidas e não estão conseguindo pagar o seu ensino superior porque estão inadimplentes. Estão com correspondência da Secretaria de Educação, onde prometem que irão pagar, e hoje voltamos a insistir: o Governo do Estado está devendo sete parcelas para esses atletas.

Então, enfatizamos: no nosso entendimento, até porque temos este compromisso com o desporto, entendemos que o esporte é algo sério. Foi feito todo um manifesto, e esses atletas ficaram entusiasmados porque este Governo criou a possibilidade dessas bolsas aos atletas. Fez, inclusive, um grande ato solene no Palácio, só que o esqueceu. E o que mais nos surpreende: em plena época eleitoral.

Gostaríamos que, o quanto antes, o Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, resolvesse este problema para que nós não tivéssemos que voltar, mais uma vez, a ocupar esta tribuna em vista desse débito de sete parcelas de inúmeros atletas, não só de Porto Alegre, como do Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma grande polêmica instalou-se neste País na semana passada, e deve prosseguir nesta semana, a respeito de um assunto que interessa muito à nossa população, aos nossos consumidores e ao nosso povo em geral, que é a questão que até já foi e continua nesta Casa dentro do Projeto de Lei do Ver. Losada sobre o uso do código de barras e etiquetas.

Na semana passada, eu escutava o Ministro Renan Calheiros num programa da Rádio Gaúcha, pela manhã. O Ministro fez denúncias fortes e contundentes, que, sem dúvida, colocaram mais lenha na fogueira do jogo de braço entre a ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados - e outros setores ligados aos estabelecimentos que, em todo o País, usam o código de barras. Sua denúncia era de que a população esbulhada no preço, com o uso do código de barras, é de 10 a 15%, ou seja, no caixa, o preço é diferente do da gôndola. É, sem dúvida, uma denúncia fortíssima, contestada, em outros programas, pelos representantes dos supermercados, principalmente os grandes conglomerados, que têm condições de estabelecer essa formulação.

Por vezes, a política é contraditória e une até os opostos. Ouvindo o Ministro e, depois, os defensores do uso do código de barras - frise-se, ninguém é contra o código de barras -, cheguei à conclusão que a compatibilidade entre o código de barras e as etiquetas seria o ideal, o que, aliás, o Ministro, veementemente, defendeu. E é o que o Projeto do Ver. Losada prevê. Então, o Ver. Losada, do PT de Porto Alegre, a Bancada do PT e o ministro “collorido” Renan Calheiros estão na mesma trincheira. E vou dizer mais: gostei muito da posição do Ministro, porque ele foi enfático e viu-se que ele está, pelo menos nesse assunto, absolutamente coerente na defesa do consumidor e contra o abuso, contra o esbulho, contra o roubo que ele denunciou, porque, da gôndola até o caixa, não é possível que haja engano de até 15% em prejuízo do consumidor. É um absurdo.

Então, neste compasso e neste passo, o Ver. Losada está de parabéns, porque ele já se adiantou, e já havia dado a minha solidariedade quando foi discutido o assunto. E outros argumentos, como sair do código de barras, é obsoletismo, é atraso, é retrocesso... Eu até fiquei em dúvida se não havia sido açodado em dar solidariedade ao Ver. Losada. Mas, com a discussão e sopesando opiniões, estou convicto agora, absolutamente convencido. E mais: o Ministro, afora a questão pregressa - não interessa se foi “collorido” ou verde-amarelo -, neste aspecto, o que interessa é que está ao lado da população, que temos obrigação de defender, porque não é possível que haja nos supermercados um centavo a mais contra o consumidor, pois se trata da alimentação, se trata da fome do povo que está em jogo.

Quero dar parabéns ao Ver. Losada, porque o seu Projeto compatibiliza a convivência e não é atraso. É estar ao lado do consumidor, porque, se tem que haver prejuízo, que haja com os grandes e não com aquele que põe no boca do caixa os seus centavos e reais, muitas vezes pingados, do seu salário.

Portanto, agora estou convencido que a Câmara deve votar aquilo que, em nível nacional, vai para a Justiça para ser postergado, pois altos interesses estão em jogo. Pelo menos, no tange a mim, estou convencido de que o Projeto do Ver. Losada é a favor do povo, do consumidor. E nós estamos, também, ao lado dele, ao lado do povo, ao lado do consumidor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Sebastião Melo para uma Comunicação de Líder pelo PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na semana passada estive nesta tribuna e entre alguns assuntos coloquei a questão da execução do Orçamento.

Na medida que passo por esta Casa de forma transitória, sendo esta uma matéria que considero de alta relevância para esta Casa, neste final de semana, juntamente com alguns companheiros do PMDB que atuam na área fazendária, elaboramos um projeto de lei que diz respeito ao acompanhamento da execução orçamentária do Município de Porto Alegre. Fiz isso embasado, em primeiro lugar, na transparência pública. Os Vereadores têm entre suas funções precípuas, primeiramente, fiscalizar e legislar. Se os Conselheiros do Orçamento Participativo têm acesso aos dados do Orçamento, não me parece razoável - e não entendo o porquê da morosidade - que a Prefeitura Municipal, ao longo desses dez anos, já que o processamento de dados é uma coisa simples nessa área, não disponibilize aos Srs. Vereadores a execução do Orçamento. Na própria Justificativa coloco que a elaboração do Orçamento é tão importante quanto a sua execução.

O que queremos com esse Projeto de Lei é que cada Vereador, a partir da aprovação do Projeto, passe a ter uma senha de acesso, seja nas autarquias, nas fundações ou na Administração Direta, de forma que ele possa acessar, diariamente, essas informações. Eu sei que existe um acordo nesse sentido, mas entendo que essa matéria não pode ser fruto de acordo. As instituições são permanentes. Nós passamos pelo Parlamento, os acordos passam pelas pessoas. Entendemos que essa é uma matéria de alta relevância, que tem que ser perene e não pode ser transitória. Lembrei-me disso, neste final de semana, quando, junto aos meus companheiros, elaborava este Projeto - e esta Casa sabe e a bancada governista também, e acredito que estará cerrando fileiras a favor do Projeto, porque também é a favor da transparência.

Nos idos de 92, o grande Senador Suplicy, que o Brasil respeita pela seriedade, pela dignidade e pela honradez de homem público, foi às barras do Supremo Tribunal porque lhe negaram as informações do Executivo. E ele bateu nessa matéria diariamente, semanalmente, e o Senado da República aprovou, a Câmara também aprovou e o Presidente sancionou. Portanto, é lei federal. Há mais de seis anos que a Câmara Federal, que o Senado Federal, os seus representantes, têm o acesso à execução do Orçamento. O Governo do Estado, já no início do mandato da atual gestão do Governador Antônio Britto. Essa legislação passou pela Assembléia e é lei e, portanto, hoje os deputados do Rio Grande do Sul, cinqüenta e cinco deputados, têm acesso diário ao Orçamento.

Portanto, Srs. Vereadores, eu tenho absoluta certeza de que, quanto a esse Projeto, que foi protocolado hoje, evidentemente, se eu não estiver nesta Casa, estarei conversando com o meu Líder de Bancada para que, após o prazo de trinta dias, estejamos pedindo urgência para que ele venha à discussão. Nós não podemos entender que o representante do povo, aquele que recebeu a procuração popular do povo de Porto Alegre não possa acompanhar o Orçamento, a não ser que seja uma caixa preta e que tenham medo que mexam nela. Se não há a caixa preta e se não há nenhum problema, é evidente, eu tenho absoluta certeza de que a Administração Municipal, que a bancada do Governo e o próprio Prefeito vai atender e ver com bons olhos esse Projeto.

Também quero dizer aqui à querida Vereadora Líder do PT que não procede a informação de que mais de cem funcionários da FEBEM aderiram ao PDV. Essa informação, com certeza, não deve ser oficial, porque não procede. E eu gostaria que V. Exa. mostrasse aqui o documento, porque V. Exa. diz um punhado de coisas, mas não prova. Isso não procede, isso não é verdadeiro.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Quero requerer a V. Exa. informações sobre o art. 12 da Constituição acerca de informações que precisamos, de forma oficial, do Governo do Estado: qual a média de tempo que o Governo do Estado tem, já que ele tem demorado a nos responder. E, se não me engano, esse prazo é de quinze dias. Dessa forma, eu vou solicitar oficialmente o número ao Governo do Ver. Sebastião Melo para que ele possa me mandar. Eu farei o Requerimento e V. Exa. pode me dizer se o Governo tem respondido em quinze dias.

 

O SR. PRESIDENTE: O Governo, normalmente, tem cumprido os prazos, Vereadora.

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em tempo de Líder.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda nos preocupa muito a questão que envolve a Vigilância Sanitária de Porto Alegre e a ação sobre as farmácias da nossa Cidade. Eu estive sexta-feira numa grande reunião, em Cachoeirinha, com mais de trezentos proprietários de farmácias e drogarias de todo o Estado, que mostravam a sua preocupação e indignação com a maneira que tem sido ventilada a questão dos medicamentos, especialmente na Cidade de Porto Alegre, onde a Vigilância Sanitária tem desviado o eixo das questões e das discussões que são necessárias em relação à saúde de Porto Alegre, colocando as farmácias e drogarias como se fossem responsáveis pelos problemas de medicações.

É importante um dado que se tenha que levantar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores: que Porto Alegre fez a municipalização plena da saúde. São sete Municípios que a fizeram, ou seja, respondem integralmente pelas ações de saúde no Município. Porto Alegre, desde 1996, recebe integralmente, portanto, as verbas referentes à saúde e tem as responsabilidades dos atos de fiscalização e ação dentro do Município. Afora isso, temos os Municípios de Cachoeira do Sul, Santa Cruz, Rio Grande e mais dois que são totalmente municipalizados e que, agora, me fogem os nomes. Temos cerca de duzentos Municípios que estão com a municipalização semiplena, dos quatrocentos e poucos Municípios do Estado. Nós temos que ver com muita seriedade essa questão, pois o pessoal que trabalha na área de farmácias está enfrentando um verdadeiro pavor, porque, com a história de a Vigilância Sanitária querer impor farmacêutico responsável durante oito horas na farmácia, é impraticável, como já foi demonstrado, pois não existem pessoas formadas em Porto Alegre para atender a todas as farmácias. Não tem como colocar um farmacêutico responsável em cada farmácia para trabalhar durante oito horas. Essa é uma realidade.

Afora essa questão, o Conselho Regional de Farmácia - me parece que há aí uma interferência política nessa questão - está agindo de maneira a exercer atos que não são da sua competência plena. Imaginem se o Conselho dos Contadores vai nas empresas notificá-las por ações dos contadores, ou a OAB, nas empresas, por ações dos advogados! Essa é uma relação que existe diretamente entre empregados e empregadores, que nada tem a ver com os conselhos respectivos, a não ser que o profissional cometa algum deslize profissional, que é outra história. Mas aqui, no Rio Grande do Sul, e especialmente em Porto Alegre, isso tem sido estimulado.

É importante que a nossa população tenha consciência de que em Porto Alegre está-se fazendo um jogo muito lamentável, da Vigilância Sanitária autuar as farmácias, de estar diariamente em cima dos donos de farmácias como se fossem eles os culpados por laboratórios agirem clandestinamente no País, por produzirem medicações falsificadas ou adulterarem embalagem. Muita gente fala em falsificação e não sabe o que é adulteração. Há necessidade da compreensão dessa questão.

Volto a frisar: Porto Alegre não discute o problema da saúde, porque ela vai mal, porque a saúde é da responsabilidade do Município de Porto Alegre, que gostou de municipalizar, mas não gosta de tomar as medidas efetivas para resolver os problemas da saúde em Porto Alegre e procura descarregar em cima das pequenas drogarias e farmácias que atendem à população muito bem, que auxiliam no processo da saúde muito bem, porque são aqueles que estão vinte e quatro horas à disposição da população. Eles estão prestando um serviço à saúde pública e merecem o respeito e a ação de responsabilidade dos órgão de vigilância sanitária do Município, que não têm tido essa atitude respeitosa nessa relação que existe entre os proprietários de farmácias e a Vigilância Sanitária.

Está-se mudando o eixo da questão e temos que ver que a responsabilidade tem que ser colocada nos devidos planos em que coexistem as ações dos proprietários de farmácias e da Vigilância Sanitária, mas não da forma como vem acontecendo, para encobrir, em Porto Alegre, a grave situação da saúde pública e da falta de ambulatórios para o atendimento da população. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, neste final de semana participamos do Congresso Nacional do Partido União Cívica Radical, da Argentina. No encontro compareceram dois mil e quatrocentos filiados para debaterem sobre o MERCOSUL e o Orçamento Participativo, uma aliança que se desenvolve naquela Nação para concorrer às eleições presidenciais entre a União Cívica Radical e a Frepace, uma frente de várias correntes que se transformou em partido na Argentina. E surpreendeu-nos a curiosidade dos companheiros argentinos sobre o processo do Orçamento Participativo em Porto Alegre. Certamente, mais de quatrocentos prefeitos participaram desse encontro e todos ávidos para conhecer e ampliar o Orçamento Participativo nos seus respectivos Municípios. Isso, sem dúvida, glorifica a Administração Popular, glorifica um projeto que se desenvolveu através do Partido dos Trabalhadores, que propõe que as comunidades organizadas debatam os planos de obra e os seus respectivos investimentos.

Outro assunto que nos traz a esta tribuna é o código de barras. Solicitamos que fosse transferida para os Anais desta Casa a matéria que saiu no dia 14 próximo passado, do Jornalista Paulo Sant’Ana, abordando a questão da etiquetagem dos produtos comercializados nos supermercados. Essa etiquetagem deverá ser especificada em reais, juntamente com o código de barras, já que existe tecnologia para utilizar os dois métodos. Agradeço ao Ver. Nereu D’Ávila pela brilhante intervenção abordando essa questão. Há mais de um ano vimos trabalhando para que seja normatizada a aplicação dos preços em reais em todos os produtos dos supermercados, porque chegou ao nosso conhecimento que os preços que constavam nas gôndolas, com tamanhos quase invisíveis, dificultavam para a população menos esclarecida, que adquire de cem a cento e dez itens, acompanhar os preços por duas ou três horas até chegarem ao caixa. E tantos foram os fatos, que o Ministério da Justiça viu-se obrigado, através do Dr. Rui Coutinho, da Secretaria de Economia Executiva do Ministério da Justiça, a aplicar uma multa no grupo Carrefour, pois foi constatado que o preço que constava nas gôndolas, quando chegavam no caixa, aumentavam em até três vezes.

O nosso Projeto visa a proteger, a defender a massa de consumidores que freqüenta o supermercado todo o final do mês com o seu dinheirinho contado para fazer suas compras, não tendo a possibilidade concreta de saber o que está comprando. No que se refere a preços, não há transparência, não há democratização.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABAS) procurou, de várias formas, através de debates na televisão, rádios e jornais, dizer que isso não era papel do legislador, que não era papel do Ministério da Justiça e que os políticos não deviam se envolver nas atividades da iniciativa privada, mas esta Casa tem a obrigação, o compromisso de envolver-se, quando a iniciativa privada procura burlar a possibilidade de os consumidores acompanharem o preço existente nas mercadorias que eles adquirem. O código de barras não revela nada, não diz nada. O código de barras contém o segredo sob o ponto de vista de preços entre o dono do supermercado e a tecnologia.

O que queremos é conclamar e solicitar que os Vereadores desta Casa aprovem, no dia de hoje, esse Projeto, porque ele é um passo adiante para a transparência, democratização e visibilidade dos produtos que os consumidores compram. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a população de Porto Alegre deveria tomar conhecimento da disputa judicial que houve em relação à pista de eventos de Porto Alegre. Para esclarecimento, vou ler trechos dos três Pareceres dos três juízes da 1ª Câmara Cível que, por unanimidade, rejeitaram o Agravo de Instrumento da Prefeitura Municipal.

(Lê.)

“O cabeço do art. 236 da Lei Orgânica do Município preceitua se dê ‘amplo conhecimento à população, através dos meios de comunicação, durante os noventa dias que antecedem sua votação, dos projetos de lei de iniciativa de quaisquer poderes, de cujo cumprimento puder resultar impacto ambiental negativo’. E o art. 237, a seu turno, determina que a implantação ‘de quaisquer obras de grande porte que possam causar dano à vida ou alterar significativa ou irreversivelmente o ambiente dependerá de autorização do órgão ambiental, da aprovação da Câmara Municipal e de concordância da população manifestada por plebiscito convocado na forma da lei’. Nenhuma de tais exigências foi e está sendo atendida pelo projeto da pista de eventos, de modo especial, a aprovação do Legislativo Municipal.”

Mais adiante:

“O empreendimento tem uma localização prevista para a área de estacionamento do MAPA (...) no Parque Marinha do Brasil. (...) porém será marcado por uma grande concentração de pessoas, o que, em princípio, não seria compatível com o atual uso do parque. (...) Não admira, pois, que o órgão licenciador, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, (...) não viesse a se opor a tal empreendimento, apesar da ineficiência de elementos técnicos, seja quanto à localização, seja quanto aos eventuais prejuízos ao meio ambiente e ao próprio Parque Marinha do Brasil, destinado quase que exclusivamente ao passeio e esportes leves, e daí a autorização prévia de implantação do Sambódromo no Parque Marinha do Brasil e da aprovação do parecer do EIA-RIMA (...) e da licença prévia concedida ao Município empreendedor pela maioria do Conselho Municipal do Meio Ambiente. (...) Cumpre observar que oito dos treze integrantes do COMAM que votaram pela aprovação do parecer (...) ocupam cargos relevantes do Executivo Municipal, outros três representam a CUT, a UAMPA e a GRAMPAL, enquanto os nove que votaram contra são representantes de entidades de todo desvinculadas da Administração Municipal de Porto Alegre. Isso, para o julgador, é muito significativo, pois salta aos olhos a falta de isenção para o estudo e aprovação de empreendimento de tamanha envergadura e projeção sócio-ambiental.”

(...)

“Essa conclusão se apresenta, no entanto, deficiente, eis que nada, absolutamente nada, foi dito sobre o impacto que causariam ao meio ambiente os efeitos nocivos da poluição sonora e o sistema viário a ser introduzido numa obra de cinco milhões e seiscentos mil reais. (...)Também estão baseadas em outra preliminar, ou seja, viabilizar, a qualquer custo e forma, a implantação célere da pista de eventos, inobstante os estudos em torno do projeto se mostrem até agora insuficientes para suportar tamanho empreendimento e haja fortes contra-indicações no que diz respeito a sua localização. (...) Nas circunstâncias, não se pode concluir, pelo menos suspeitar, que o Município não quer a perícia porque teme o resultado. Ocorre que o responsável pelo estado de abandono é o próprio Município.”

(...)

“Cabe perguntar: por que inviabilizará? Por que é este Prefeito que deseja fazer a obra à força? Então, identifico o vício da promoção pessoal, bastante comum neste País. Cada administrador deseja marcar a respectiva gestão com uma obra, custe o que custar, a fim de deixar nome, ficando em segundo plano os interesses públicos. É uma forma de promoção pessoal, portanto, modo de burlar o art. 37, § lº, da CF. Enfim, juízos e conveniências pessoais, e não públicos. (...) Conclui o voto dizendo que devemos cuidar das árvores. É exatamente esse ponto que desejo aprofundar. Com a devida vênia, sambódromo em parque arborizado e ajardinado, como é o Marinha do Brasil, é elefante em loja de cristais.”

(...)

“Ocorre que o responsável por esse estado de abandono é o próprio Município. Há, aí, uma omissão do próprio Município, que dela deseja tirar proveito, sustentando que tal área não pertence ao Parque. Ninguém pode tirar proveito da própria omissão. Isso em Direito tem um nome: torpeza.”

Essa é a forma de administrar petista que revolucionou o País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Sebastião Melo, respondendo a V. Exa.: (Lê.) “Às Câmaras Municipais, no exercício de suas funções legislativa e fiscalizadora, é assegurada a prestação de informações que solicitarem aos órgãos estaduais da Administração Direta e Indireta situados nos municípios, no prazo de dez dias úteis a contar da data da solicitação.” Está na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. As nossas vidas são feitas de momentos, momentos de tristeza, dúvidas, angústias, frustrações, medo, realizações, euforia, entre outros tipos de momentos, mas, também, momentos de alegria. E eu vivo um momento de intensa alegria.

No ano passado, reclamava, na Comissão de Justiça, e o Ver. Reginaldo Pujol emitiu um parecer que não chegou a ser votado, de que as obras da pista de eventos não poderiam se realizar sem a autorização do Legislativo. E eu invocava que o Projeto do Prefeito Tarso Genro, de nº 05, do ano de 95, estava na Justiça. E, nesse Projeto de Lei, o Prefeito Tarso Genro pedia autorização para fazer a pista de eventos, inclusive onde o Prefeito Raul Pont pretendeu fazer. Eu dizia que, sem autorização do Legislativo, não mesmo. E a 1ª Câmara Civil, por unanimidade, diz que, para que se realize, entre outras necessidades, existe a demanda de autorização do legislador e esta autorização não foi concedida.

Eu fico contente, feliz, porque eu vejo que distribuí para muita gente a Lei Complementar nº 268, de autoria do Executivo, sancionada pelo Prefeito Tarso Genro, mandada publicar pelo Secretário do Governo, então Vice-Prefeito Raul Pont, que o Parque Marinha do Brasil estava lá, em toda a extensão, até a divisa com o Gigantinho. Vejo, com alguma tristeza, até, que o Prefeito insistia que a pista de eventos é um equipamento complementar do Parque Marinha do Brasil, com previsão no Plano Diretor. Isso é uma inverdade, é uma tristeza que fica no meio de toda a minha alegria. Mas também vejo, como acontece no art. 7º da Lei Complementar 268, que proíbe quaisquer construção sobre a área compreendida entre o Estádio Beira-Rio e o Parque Marinha do Brasil, com exceção de canchas abertas, ginásios e estacionamentos descobertos. Isso é da Lei Complementar proposta pelo Tarso Fernando Genro e, depois de aprovada por unanimidade nesta Casa, sancionada pelo mesmo Prefeito, com o aval do então Vice-Prefeito Raul Jorge Anglada Pont.

Então, para mim, é um momento de alegria, porque aqueles momentos em que discuti, em que debati, e em que talvez tenha sido incompreendido na própria Câmara, a Justiça disse que o Ver. João Dib estava certo. Mas também é um momento de imensa alegria para mim quando o Ver. Sebastião Melo apresenta um projeto de lei que dispõe sobre o acompanhamento da execução orçamentária no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Talvez não fosse necessário se nós não lidássemos com uma administração que só fala em transparência, mas não exerce. A Lei Orgânica determina que os dados sejam fornecidos, e nós não temos. Tudo o que for possível esconder o Município esconde. E eu falo com a tranqüilidade de quem pergunta, porque, de repente, se eu não perguntei, se eu não soube perguntar, o Município não tem por que me responder. Mas ainda recentemente eu perguntava para o Secretário da Fazenda quanto era despendido com a folha de pagamento de pessoal, e que me discriminasse, pelo menos, singelamente, a forma de pagamento. Ele me respondeu que 32 milhões de reais mensalmente são gastos, incluída a previsão para o 13º salário. Bem, pode até ser esse o número, mas existe uma lei municipal que diz que a composição salarial deve ser mostrada para todos os Vereadores, e nunca foi mostrada, sempre foi escondida. E mais: o Secretário da Administração ameaçou o SIMPA e o SINDICÂMARA: se exigissem essa discriminação, eles cancelariam a bimestralidade de reposição salarial, esquecendo que, para cancelar a bimestralidade, teriam que passar na Câmara Municipal, e aqui não passa! Não passa nem com os votos do PT. Não passa com o voto do Ver. Lauro Hagemann. Não passa com o voto de ninguém!

Ver. Sebastião Melo, meus cumprimentos. É uma lei singela, mas é clara, precisa, concisa e espero que, aprovada, seja respeitada. Muito obrigado. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, conforme conversa com Lideranças e demais Vereadores, solicito a inversão dos trabalhos na Ordem do Dia: primeiro, a apreciação do Veto Parcial ao PLL nº 005/98; segundo, PLL nº 074/98; terceiro, PLE nº 007/98; quarto, PELO nº 003/96 e, quinto, PLL nº 139/97.

 

O SR. PRESIDENTE: Primeiramente, vamos fazer a chamada nominal para a Ordem do Dia e, logo após, votaremos o Requerimento de V. Exa.

 

(É feita a chamada.)

 

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Vamos colocar em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães, que solicita que os Projetos nºs 005/98, 074/98, 007/98, 003/96 e 139/97 sejam votados em primeiro lugar.

Em votação. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PTB.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta proposição do Ver. Renato Guimarães parece-me que há uma precipitação para um projeto tão importante, que é o relativo ao PORTOSOL. O Ver. Renato Guimarães quer incluí-lo numa pauta com projetos que não têm maior discussão em termos de votação. O Projeto PORTOSOL é extremamente polêmico e nos leva a exigir um amadurecimento maior dos Vereadores para a sua votação.

Vejam os senhores que nós, ao alterarmos a ordem de apreciação dos projetos e colocarmos projetos que não são passíveis de maior discussão, se entende como um processo normal, mas incluir-se um projeto polêmico, que envolve uma discussão mais aprofundada! Até porque, Ver. Renato Guimarães - e digo de antemão que sou contrário ao Projeto - o Projeto prevê a utilização de verbas do Governo Municipal para serem utilizadas em outros Municípios, e isso não é função do Governo Municipal de Porto Alegre. O Governo Municipal tem que se preocupar em financiar os munícipes de Porto Alegre. O PORTOSOL tem que se preocupar com Porto Alegre, e não com a Grande Porto Alegre. Se os outros Municípios quiserem, podem instituir seus bancos, semelhantes a este, não há problema algum. Que o Governo Municipal de Porto Alegre dê os conhecimentos sobre como fazer isso, sobre a estrutura que precisa, tudo bem, porque não podemos esquecer que entraram 700 mil reais do Governo Municipal quando foi criado este banco. Usar o dinheiro do munícipe de Porto Alegre para financiar na Grande Porto Alegre não é competência nossa. No mínimo, seria usar mal o dinheiro público dos munícipes de Porto Alegre. E se este banco tem caráter de instituição financeira, se estão cobrando juros de mercado, é outra história.

Acho que é um projeto polêmico e sugeri ao Ver. Renato Guimarães, conversando com a Vera. Sônia Santos, Líder da minha Bancada, e com outros colegas Vereadores, o adiamento da matéria, porque é uma precipitação ser votado agora este Projeto, e o Vereador quer insistir na votação num momento em que não se deve. Acho que no Plenário, Ver. Renato Guimarães, a gente tem que amadurecer os projetos. Aqueles que não são polêmicos, não há problema algum, podemos votá-los, mas com os polêmicos temos que ter cuidado. Parece que o Vereador está-se precipitando em querer impor a votação do Projeto do PORTOSOL, quando temos mais de vinte projetos de lei para serem votados. Há um açodamento e parece que não há interesse na discussão, no debate do Projeto, mas sim levá-lo à votação imediatamente e impor que a Câmara vote aquilo que o partido do Governo quer.

Pedimos ao Ver. Renato Guimarães, e ele não quis acordar com as Lideranças, como normalmente se faz nesta Casa, que ele deixasse para mais adiante, mas ele está interessado em votar de imediato. Então, solicitamos ao Ver. Renato Guimarães, pela dificuldade que temos na discussão da proposição, que retire o seu Requerimento para que fizéssemos uma discussão mais forte da matéria para que, depois, pudesse ser votado. O Vereador alegou que já estava para votação. De fato, estava, no último dia de Sessão Plenária, dia 30 de junho, e depois entramos em recesso. Ficou um mês parado, e agora voltamos a trabalhar, em agosto, e há projetos anteriores para serem votados e não foram votados. Não há problema algum.

Parece-me, então, que o bom senso, Ver. Renato Guimarães, seria que V. Exa. retirasse o seu Requerimento e fôssemos votar, logicamente, aqueles projetos mais tranqüilos de votação entre todas as bancadas e depois estes mais polêmicos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar como autor do Requerimento.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, gostaria de esclarecer ao conjunto dos Vereadores que este Requerimento foi apresentado para o conjunto das Lideranças e demais Vereadores e que, muitas vezes, nos debates nesta Casa, alguns requerimentos buscam uma maioria e não um consenso. Costumamos aprovar requerimentos com a busca de uma maioria e não do consenso, porque, de fato, esta Casa, como dizem alguns Vereadores, é a Casa onde aparece o contraditório.

Contamos, neste Requerimento, com projetos do Ver. Luiz Braz, do Ver. Reginaldo Pujol, do Ver. Elói Guimarães, do Ver. Antônio Losada e também com um projeto do Executivo. E é aí que eu gostaria de fazer a referência: o Projeto do PORTOSOL está nesta Casa para debate, correndo Pauta, há seis meses. Fizemos um longo debate quando tivemos as três Pautas neste Projeto. Fizemos, também, quando incluímos na Ordem do Dia, um longo debate sobre este Projeto. Não podemos dizer, então, que a Câmara de Vereadores não debateu tal matéria. Pelo contrário, a Câmara debateu, e muito, essa proposição que versa sobre o PORTOSOL.

Por isso, é interessante que se registre, na discussão do mérito sobre esse Projeto, que a intenção desta instituição é abrir suas portas para a Região Metropolitana no sentido de que ela hoje articula investimentos que vêm do Exterior e que poderia, e pode, ser um agente muito importante para projetos na Região Metropolitana, como é o exemplo de Canoas, onde a Prefeitura de Canoas, do Prefeito Lagranha, encaminhou ofício ao Presidente desta Casa, à Direção, à Coordenação da nossa Bancada, pedindo aprovação desse Projeto. Por quê? Porque em Canoas há um conjunto de entidades comunitárias que estão interessadas em buscar o PORTOSOL com mais pessoas para busca de financiamento.

O debate que nós temos que fazer aqui, e eu já fiz esse registro, é: não queremos aprovar este Projeto agora por sermos contrários ao seu mérito ou pelo momento político que atravessamos? Qual é a verdade sobre a aprovação deste Projeto na Câmara de Vereadores? Os Vereadores são contrários a este Projeto pelo seu mérito? Não, porque nós sabemos que não há como ser contra a possibilitar que um agente financeiro possa buscar recursos em outros lugares para projetos que são do interesse da Região Metropolitana. E dou exemplo de quando aprovamos aqui, neste Legislativo, com a grande maioria dos Vereadores, o projeto que integrava cinco Prefeituras na Região Metropolitana para o aterro sanitário de Santa Tecla, em Gravataí. Nós não aprovamos um projeto para a Região Metropolitana? Sim, aprovamos um projeto para a Região Metropolitana, onde se incluíram Prefeituras dos mais diversos partidos políticos: do PT, do PSDB, do PDT, do PSB. Vários partidos políticos que administram Municípios da Região Metropolitana se integraram e aprovaram um projeto nas suas Câmaras, fazendo um processo cooperativo para funcionamento de um aterro sanitário. Por que não em relação ao PORTOSOL? Qual é a divergência de fundo com o Projeto PORTOSOL? É, sim, uma divergência sobre um momento político. É sobre o processo político.

Nós estamos vivendo um momento eleitoral e alguns partidos, nesta Casa, fazem a leitura de que este é um projeto de cunho eleitoreiro. Não é. E este registro tem que ficar aqui: os Vereadores que votarem contra este Projeto estarão votando contra as comunidades de Canoas, onde o Prefeito é Hugo Lagranha, que não é do PT, que veio consultar a Câmara de Vereadores de Porto Alegre para que aprovasse o Projeto. Votar contra significa votar contra esses cidadãos da Região Metropolitana. Por isso nós incluímos este Projeto, Ver. Presidente Luiz Braz, como terceiro projeto, porque achamos que é importante nós atendermos essas comunidades com prazo máximo de urgência, porque elas vêm solicitando isso de nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha esperança é de que o jovem Ver. Renato Guimarães amadureça e coloque as coisas aqui de forma mais precisa, mais clara, mais concisa.

Não deve haver a preocupação por parte do nobre Vereador de que seja um posicionamento político a contrariedade à votação da instituição financeira PORTOSOL. Não, não é! Algumas coisas precisam ser esclarecidas. Um projeto da importância desse deveria ter passado em todas as Comissões da Casa, e não ser votado pelo art. 81 da Lei Orgânica. O art. 81 - todos os Vereadores sabem - significa dispensa dos pareceres das Comissões. Mas esse não é um assunto sobre o qual se possa dispensar o parecer das Comissões. O Município envolveu 700 mil reais do povo de Porto Alegre no Banco PORTOSOL. E a quantos porto-alegrenses atendeu até agora? Mil? Não mais do que isso, se é que chegou a mil.

Então, há que ser examinado o Banco PORTOSOL, e não com a urgência, com a pressa com que pretendem. Não se deve pegar o dinheiro de Porto Alegre e emprestar para os outros Municípios da área metropolitana. Tenho minhas dúvidas de que lá, no Conselho do PORTOSOL, as coisas funcionariam com a tranqüilidade com que o PT, na sua bancada, pretende apresentar aqui. Tenho minhas dúvidas! Mas, de qualquer forma, nós precisamos estudar isso. Setecentos mil reais do povo de Porto Alegre estão colocados ali, fora outros acréscimos dos 700 mil reais. E a coisa não está funcionando. Será porque o SEBRAE empresta dinheiro para o mesmo tipo de clientes a 15% ao ano e o PORTOSOL empresta a 51% ao ano que não funciona? Será que o Prefeito Lagranha, que aqui foi citado, gostaria de levar um empréstimo a 51% ao ano, ou estará iludido que as coisas funcionem, como funcionam no SEBRAE?

Acho que este Projeto tinha que ser muito mais estudado. Para começar, devia haver trinta e três Vereadores no Plenário para debatê-lo. É por isso que não concordei com a ordem de chamada dos projetos. Não fui o único Líder. Outros Líderes não concordaram com a alteração proposta pela bancada petista, mais precisamente pelo nobre Ver. Renato Guimarães. Então, tenho esperanças que as coisas se modifiquem e que a alteração não tenha continuidade na sua proposição. Mas a minha bancada vota contrariamente a esta alteração, até porque hoje temos um projeto de extrema importância, que tem data marcada para último dia de votação quarta-feira, que é a prestação de contas do Prefeito Tarso Fernando Herz Genro, do ano de 1995, que precisa ser votada com data marcada. Quarta-feira é o último dia. Estamos em cima da data.

Devo lembrar que, na segunda-feira passada, eu dizia: vamos votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, não vamos adiar. Não votamos na segunda-feira e, na quarta-feira, tivemos problemas com as cinqüenta emendas que tinha.

Espero que seja respeitado o projeto que analisa as contas do Prefeito Tarso Genro que, no meu parecer, foram pela rejeição, mas que, na Comissão de Finanças, houve empate. Portanto, vem para o Plenário sem parecer. Quarta-feira é o último dia.

A minha bancada se posiciona contrariamente à alteração proposta pelo Ver. Renato Guimarães. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, anuncio que a nossa bancada vai votar contra a inversão da pauta, até porque foram estabelecidos critérios de prioridades pela Mesa para as votações e a inversão da pauta atropela os projetos mais importantes de outros Vereadores. Dessa forma, vamos votar contra a inversão de pauta.

Em segundo lugar, queremos responder ao Ver. Renato Guimarães, que disse que não havia problema quanto ao mérito e de que todos os Vereadores estariam de acordo. Não! Quanto ao mérito, há problemas importantíssimos. Há uma confissão de incompetência do próprio Banco. Inclusive, o Ver. Adeli Sell escreveu que o número de créditos concedidos mensalmente, em torno de duzentos a trezentos, se encontra estagnado, embora exista oferta de crédito não utilizado. No entanto, os custos operacionais da empresa são fixos e é necessário que o número de operações aumente para que o equilíbrio da instituição, a longo prazo, possa manter-se. A tendência, ao ampliar a área de atuações para além das fronteiras do Município e, portanto, aumentar o número de créditos concedidos, é um crescimento de volume de recursos, propiciando, ao longo do tempo, uma redução da taxa de juros cobrada, que hoje se encontra no patamar de 3,5%. Nada como um dia após o outro.

Participei de diversos debates, inclusive com o Ver. Isaac Ainhorn. Na época, o Diretor do PORTOSOL era o Dr. Utzig. Falávamos da aberração que era o empréstimo que se fazia a pessoas de pequeno poder aquisitivo, com juros estapafúrdios, talvez os maiores juros do mercado na época. Isso feria os interesses das próprias pessoas que se socorriam das “benesses” do Banco PORTOSOL de Porto Alegre. Agora, num golpe de mestre, o Executivo quer unir o útil ao agradável: por um lado, resolver o problema da estagnação, e esse problema é resolvido de uma maneira muito mais fácil: é só baixar as taxas e os custos desse dinheiro. Em segundo lugar, evidentemente, essa manobra eleitoreira resolve também os problemas do Banco e o seu atrelamento à próxima eleição, pois se sabe que a eleição tem um âmbito estadual. Não só Porto Alegre, mas outros setores econômicos de Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Canoas, Guaíba, de toda a Grande Porto Alegre seriam atingidos por essa benevolência de um banqueiro chamado Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que quer estender as asas da sua proteção às populações das cidades vizinhas.

Meu Deus! Não despreze a inteligência da população de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Todos sabemos que essa é uma manobra eleitoreira. Todos sabemos que a forma de aquecer a economia de um banco é baixando as suas taxas, seus juros. Certamente, um número maior de fregueses comparecerá lá para adquirir o compromisso de dinheiro emprestado, aplicado e retornado ao Banco. Evidentemente, isso não é o que ocorre. Talvez os próximos oradores do PT vão dizer que o problema é de esfera federal, mas realmente aqui está mais uma vez fotografada, caracterizada a forma petista de administrar e revolucionar o País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse período é delicado porque talvez em alguns discursos nós, de fato, possamos observar uma redução das questões da pauta eleitoral. Lamentavelmente, alguns Vereadores ocupam a tribuna tratando todas as questões como tidas no âmbito eleitoral. Solicitamos aos Srs. Vereadores que procurem sempre respeitar a inteligência da população, como disse o Ver. Cláudio Sebenelo, e entender que se faz muito mais do que se pensar em eleição, e, principalmente, não culpar o nosso Governo, o Governo de Porto Alegre, tampouco esta Câmara, por outros governos. Portanto, aqui, quando se fala na questão do PORTOSOL, nós estamos falando de um projeto que foi protocolado na Casa há alguns meses, que está tramitando e que possibilita a essa instituição comunitária de crédito estabelecer relações econômicas a partir de outras prefeituras.

O PORTOSOL é uma instituição comunitária de crédito que foi criada principalmente por um desejo, uma disposição e um estudo econômico e político de muitos técnicos, de pessoas da Cidade de Porto Alegre, da disposição política da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e desta Casa, que estudou, trabalhou, consolidou a idéia que se transformou no PORTOSOL, e que, em dois anos de existência em Porto Alegre, já atendeu cinco mil empreendedores de pequeno porte, pessoas que buscam recursos pequenos, que é aquele recurso que dá jeito, faz funcionar uma oficina no fundo do quintal, encaminha para aquela empresa de quem entrou no Plano de Demissões Voluntárias, enfim, dá soluções para a vida de muitas pessoas. Cinco mil pequenos empreendimentos foram atendidos pelo PORTOSOL.

É preciso que se diga que a taxa de inadimplência, em um processo de fiança solidária que existe, é bastante baixa e que 70% daqueles que recebem o primeiro empréstimo saldam as suas dívidas, conseguem, justamente pelo cadastro que é facilitado, receber uma nova possibilidade de empréstimo para reinvestir.

A solicitação que estamos fazendo através de Projeto de Lei do Executivo não vem da cabeça do Sr. Prefeito. Vem assinada. E peço atenção dos Srs. Vereadores para que não tenhamos preconceitos em votar um projeto que vem do Executivo, para que não tenhamos a cristalização de quem acha que é oposição à Prefeitura, oposição ao Poder Executivo e que até 5 de outubro não vota nada que esteja ao lado do Executivo. Por favor, Srs. Vereadores, vamos ter um posicionamento crítico, saudável com a Cidade e entender que esse Projeto vem com a assinatura do Prof. Gerhard Jacob, que não é do PT, nunca foi do Partido dos Trabalhadores e que é Presidente do Conselho do PORTOSOL. E vamos entender que nós temos à mesa uma carta do Prefeito Hugo Simões Lagranha, do PTB de Canoas, que diz o seguinte: “Sr. Presidente, a Prefeitura Municipal de Canoas, a Câmara de Indústria Comércio e Serviço, o Clube dos Dirigentes Lojistas, o Sindicato dos Lojistas, a Associação dos Jovens Empresários, a Associação dos Microempresários dirigem-se a V. Sa. com o objetivo de manifestar o desejo de abrigar neste Município uma agência da Instituição de Crédito do PORTOSOL. A certeza da estreita relação que une os nossos Municípios, o perfil similar das nossas populações e o impacto positivo que uma iniciativa desse porte criará em nossa comunidade justificam o nosso pedido, da mesma forma que o objetivo de solidificar ainda mais os nossos laços. Solicitamos um assento no Conselho o qual V. Sa. preside.”

Srs. Vereadores, essa questão transcende a questão partidária. Pensa pequeno quem pensa que esse é um projeto do PT. Esse é um projeto de Porto Alegre, é um projeto de Canoas, porque para Canoas, que é dirigida pelo PTB, ter a autorização do Banco Central para colocar uma instituição comunitária de crédito e conseguir fazer toda a sua caminhada desde o início vai ter que passar por alguns anos de trabalho, como nós passamos em Porto Alegre. Então, se nós podemos, Srs. Vereadores, e nós podemos, sem aplicar recursos de Porto Alegre, com os recursos de Canoas, colocar lá uma seção de instituição comunitária de crédito que Canoas, através da sua Prefeitura, capitalizará, por que nós não faremos? Eu pergunto aos Srs. Vereadores por que nós não apoiaremos um trabalho mais amplo, que buscará recursos para trazer também para Porto Alegre? Porque é assim que os bancos fazem, é assim com os bancos internacionais, é assim que fazem os bancos que foram beneficiados pelos partidos que têm representação aqui dentro e que têm recursos do PROER. Eles buscam em outras praças, só que eles se apropriam para si.

O PORTOSOL está querendo expandir-se para colocar mais recursos justamente onde tem que colocar, que é na pequena empresa. Portanto, Srs. Vereadores, não priorizar este Projeto é não priorizar a integração da Região Metropolitana, é não priorizar o pequeno empresariado, é não priorizar uma política de desenvolvimento econômico voltada para os pequenos. É dar de costas a uma instituição que está fazendo escola para o Brasil inteiro, e nós, como Câmara, ajudamos a constituir, e agora eu lamento que alguns Vereadores não queiram votar. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 17-8-98.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença da Vera. Anamaria Negroni e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar o Requerimento pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de me pronunciar sobre o encaminhamento apresentado pelo Ver. Renato Guimarães para a modificação da ordem de votação dos projetos na Ordem do Dia, quero dizer que não é a primeira vez que a Vera. Maria do Rosário ocupa esta tribuna falando para a população de Porto Alegre e insinua que os Vereadores desta Casa pautam as suas atuações em cima de questões eleitorais. A Vereadora não é corregedora desta Casa. Esta agressão é infundada com os Vereadores que, tanto quanto ela, foram eleitos pelo povo de Porto Alegre e, portanto, os nossos mandatos valem todos a mesma coisa, e valem muito, independentemente da sigla à qual nós pertençamos. Todas as vezes em que nós formos acusados disso, eu ocuparei esta tribuna para denunciar, isso sim, uma manobra eleitoreira para tentar se auto-elogiar e denegrir a imagem do trabalho dos Vereadores desta Casa. Eu jamais pautei meus votos em cima de questões eleitorais. Jamais deixei de votar um projeto que interessa ao povo de Porto Alegre porque ele foi apresentado pelo Executivo. Nós fomos eleitos para defendermos os interesses das mulheres e dos homens que habitam este Município. Quando o projeto é bom, nós temos a responsabilidade de defendê-lo; quando não concordamos com ele, temos a obrigação, o direito de ocupar esta tribuna e manifestar a nossa opinião. Ninguém irá cassar o direito do Vereador, ninguém aqui pode se achar melhor do que o outro. É hora de nós denunciarmos esta prepotência que desrespeita o voto da população. Não vou mais ficar calada diante dessa acusação que é feita, não só desta tribuna, como também já lemos nos jornais, em depoimentos da Vereadora.

Quanto à questão do PORTOSOL, a Instituição Comunitária de Crédito de Porto Alegre, é uma importante discussão. Eu digo isso com a tranqüilidade de quem participa de um partido que está no Governo e instituiu sistema semelhante, mas melhor do que este, que é o RS Emprego, onde os juros são muito mais baixos do que os do PORTOSOL.

Porém, acho importante valorizar essa instituição de crédito e acho importante que esta Casa acompanhe, inclusive, as taxas de juros com as quais essa instituição trabalha, porque a questão dos juros altos é um dos principais problemas que a população, os consumidores e os usuários, neste País, têm enfrentado. E não é pelo fato de ter sido uma taxa de juro alta colocada pelo PORTOSOL que deixa de ser alta. Também acho que, para votarmos este Projeto, tínhamos que ter a segurança da opinião do Conselho de Administração desta instituição a respeito deste Projeto, que, de repente, começou a ser levado pela Bancada do PT com tanta insistência para ser votado a quarenta e cinco dias antes das eleições. Estranha coincidência. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Confesso que às vezes tenho dificuldades em entender algumas situações. Parece que a sociedade ainda não se acostumou de que eleição é uma coisa positiva. Então, fica a história de que nas proximidades das eleições não acontece nada, porque as pessoas desviam o foco de análise e passam a se preocupar exclusivamente com a eleição. E aí aparecem as coisas mais desbaratadas possíveis. Há pouco tempo, inclusive, o Governo do Estado lançava uma consulta popular, pelo voto direto, para buscar elementos para priorizar, de forma legal, de acordo com a legislação aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado, quais as prioridades que haveriam de ser dadas em várias localidades do Rio Grande do Sul. Aqui em Porto Alegre, sob o pretexto de que isso era um motivo eleitoral, o próprio Prefeito da Cidade comandou uma campanha de boicote para que não se votasse nessa consulta popular, porque também ele estava impregnado dessa idéia, qual seja, de que todas as coisas que ocorrem próximo das eleições têm um componente eleitoral. E agora diz-se o seguinte: as oposições não querem votar este Projeto de Lei que regionaliza a instituição comunitária de crédito, numa postura eminentemente político-eleitoral. Quero deixar claro que não tenho esse tipo de dificuldade, porque, assim como voto hoje, votaria antes e votarei depois da eleição.

Concordo com alguns companheiros de que essa situação mereceria uma reflexão mais profunda. Em verdade, inovamos, criando uma instituição de crédito em Porto Alegre, e situação e oposição contribuíram fortemente para isso. Lembro-me da minha atuação junto ao Ver. Isaac Ainhorn na Comissão de Constituição e Justiça para dar legalidade a este Projeto de Lei, e agora o que se pretende é que uma instituição que teve as suas raízes aqui, em Porto Alegre, com recursos públicos no seu nascedouro, públicos e oriundos do erário municipal, possa suprir dificuldades que encontram alguns outros Municípios, entre os quais o Município de Canoas, onde existe um documento nesse sentido. São coisas a serem refletidas. Pessoalmente, todos sabem, sou liberal, de convicção de que instituições como essa não deveriam nem sequer obter autorização do Banco Central para funcionar, e, se o Prefeito de Canoas quisesse fazer uma instituição de crédito, deveria providenciar na sua organização e responder pelas suas finalidades. Mas não é o que estamos discutindo. Não estamos revogando o Banco Central nem diminuindo a sua posição. Estamos discutindo a conveniência de se votar hoje ou não.

O Ver. João Dib traz à colação um argumento que me parece supra-importante: é que, tratando-se dessa matéria, o ideal seria que tivéssemos um quórum de trinta e três Vereadores no dia de hoje para tomar essa decisão porque, realmente, essa decisão pode gerar precedentes. Hoje estendemos para Canoas, amanhã para Gravataí e, depois, teremos um novo SISCRED, que pegou as cooperativas de crédito que se foram instalando para financiar a agricultura em cada um dos Municípios e que hoje é um superbanco que existe. A nossa aspiração, como liberal, é de que essa tese liberal que a Administração Popular colocou em prática com esse instituto de crédito solidário, que é o PORTOSOL, pudesse prosperar, como em outras situações prosperou a partir do exemplo da Ana Terra, que foi a primeira experiência nesse sentido em outras áreas do Estado do Rio Grande do Sul, não se criar mais um mecanismo de gigantismo, porque assim também iniciaram o Banco da Província, o Banco Nacional do Comércio, o Sulbrasileiro, que foram crescendo, depois se fundiram e quebraram.

No fundo, deve haver uma reflexão sobre a conveniência de que uma instituição que teve em seu nascedouro recursos públicos deva estender a sua atividade para além dos limites do Município. Esta Câmara tem sido tão zelosa, que nos proíbe de fazer uma indicação que tenha ressonância fora dos limites do Município. Eu não posso nem dar um palpite sobre a freeway, que liga Porto Alegre a Osório. Além de tudo isso, vou ter de decidir, agora, sobre a extensão da atuação da Instituição Comunitária de Crédito PORTOSOL não só para Canoas, mas também para os Municípios que, baseando-se nessa autorização, quiserem aderir a ela e se valer dela, conforme preceitua o diploma legal.

As ponderações no sentido da inconveniência de votar no dia de hoje não são uma medida pré-eleitoral, mas cautelatória, para que não se produza uma exagerada pressa na análise dessa matéria que poderia ser analisada daqui a trinta, quarenta ou cinqüenta dias, sem nenhum prejuízo, especialmente para os munícipes que, com seus recursos, com seus impostos, permitiram o aporte de recursos que instituiu essa entidade de crédito no Município de Porto Alegre e que agora, forte, passa seu know-how para outros Municípios. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, o Requerimento do Ver. Renato Guimarães, solicitando a inversão dos trabalhos na Ordem do Dia. (Após a chamada.) APROVADO por 16 votos SIM e 12 votos NÃO.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Requeiro que seja colocado junto ao processo que trata da Instituição Comunitária de Crédito - PORTOSOL este ofício da Prefeitura Municipal de Canoas, dirigido ao Prof. Gerhard Jacob, Presidente do Conselho Deliberativo da Instituição Comunitária de Crédito, que demonstra a posição do Prefeito Hugo Lagranha nesse processo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0492/98 - VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/98, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dispõe sobre a obrigatoriedade da existência de pontos de embarque/desembarque para táxis no Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela manutenção do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

           

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em discussão geral o PLL nº 005/98 com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Veto Parcial a este Projeto é ao art. 3º, que diz o seguinte: “A proporção de vagas para o embarque e desembarque será de, no mínimo, um ponto para cada cinco vagas de estacionamento de carros particulares.” É algo discutível. Eu não poderia afirmar, agora, Ver. Elói Guimarães, que essa é a proporção ideal. Acredito que nem mesmo V. Exa., que foi Secretário dos Transportes, pode afirmar que essa é a proporção ideal. Essa proporção que está no art. 3º foi negociada pelo pessoal do SINTÁXI, que estava presente no dia da votação, com os Vereadores, para que fizesse parte do processo. Essa proporção não fez parte do Projeto original quando nós o colocamos para tramitar. É discutível. Se dissermos que essa proporção de um ponto para cada cinco vagas de estacionamento de carros particulares é a ideal, talvez possamos ser contrariados pelo argumento utilizado pela Secretaria Municipal dos Transportes de que teríamos vagas em excesso e de que estaríamos prejudicando as vagas para estacionamento dos carros particulares e de que não estaríamos beneficiando, como gostaríamos, toda a sociedade, para que aqueles que estiverem se servindo dos táxis da nossa Cidade possam também, tranqüilamente, ter os táxis estacionados junto ao meio-fio nessas vagas sem serem multados pelos fiscais da Secretaria Municipal dos Transportes

A minha tendência inicial é aceitar este Veto e solicito aos Srs. Vereadores que o aceitem, já que acredito que ele não descaracteriza o Projeto. O Projeto torna obrigatória a instalação de alguns pontos nas regiões centrais da Cidade. Alguns pontos nas demais regiões da Cidade seria uma solução inicial do problema. Toda a solução não está aqui neste Projeto de Lei que aprovamos aqui na Casa e que foi sancionado, em parte, pelo Sr. Prefeito Municipal. É uma experiência a ser colocada em prática na região central da Cidade, que poderá nos dar uma imagem daquilo que é realmente necessário para suprir toda a necessidade do serviço de táxi. Afinal de contas, acredito que apenas essas vinte vagas que estão aqui no texto não serão suficientes, mas deveremos dar uma chance para que a Secretaria Municipal dos Transportes, após a instalação dessas vagas iniciais, depois de fazer o teste com essas vagas, quem sabe chegue a uma conclusão e, junto com os sindicatos, tanto o SINTAPA como o SINTÁXI, chegue à conclusão de que vamos necessitar de outras vagas mais.

Por isso, creio que podemos, sem atrapalhar a execução do Projeto em si, que está aprovado parcialmente, aceitar esse Veto ao art. 3º e deixarmos para a Secretaria Municipal dos Transportes as negociações complementares com os dois sindicatos da categoria a fim de que possamos, realmente, resolver esse problema angustiante, tanto para os profissionais que trabalham nos táxis como para aqueles que se servem dos táxis, dirigindo-se ao Centro da Cidade. É constrangedor sabermos que vamos tomar um veículo para uma corrida até o Centro da Cidade e lá, por não haver lugar onde parar, os profissionais dessa área serem multados pelos fiscais da SMT.

Recomendaria aos Srs. Vereadores, a não ser que outros argumentos mais embasados possam vir aqui e mudar a idéia, que aceitemos este Veto parcial aposto pelo Sr. Prefeito Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, creio que este Projeto do Ver. Luiz Braz é um bom projeto na medida em que vem criar condições para que, em última análise, se facilite a vida do passageiro, da população, já que o táxi - e eu tenho insistido que o sistema de táxi em Porto Alegre presta um serviço de utilidade pública -, o táxi, embora seletivo, é um serviço de utilidade pública de alta relevância aos interesses da nossa população. Tenho, ao longo do tempo, batido nessa tecla de que nós temos que criar as condições materiais objetivas para que se melhorem os meios de atuação do sistema dos táxis quanto à oferta de transporte, embora seletivo, mas de relevância aos interesses da população em Porto Alegre.

Eu me colocaria na linha já sustentada pelo autor do Projeto aprovado e vetado, parcialmente, no seu art. 3º, de que é um tanto aleatório, é um tanto opinativo estabelecer se essa é, efetivamente, a proporção, a medida adequada: um por cinco.

Na discussão, indicaria ao Executivo que se fizesse aquilo que se denomina, em linguagem de pesquisa na área de transporte, algumas contagens para se fazer essas avaliações e, a partir daí, estabelecer o calibre adequado ao interesse do serviço e da população. Então, o que resta, Ver. Luiz Braz, nesta discussão, é atender à solicitação de V. Exa. no sentido de acolhermos o Veto e fazer essa observação, ou seja, solicitar ao Executivo que, através dos instrumentos de que dispõe na Secretaria Municipal dos Transportes, nos forneça dados, elementos concretos para que se possa ter o verdadeiro critério, o mais adequado ou o mais indicado neste caso.

Nesse sentido, vou acompanhar o Veto do Sr. Prefeito Municipal, mas aproveito a oportunidade para dizer que temos que criar as condições para que o sistema de táxis, os taxistas possam servir melhor a nossa Cidade. Quero dizer, com base em dados estatísticos, talvez, que Porto Alegre tem o melhor sistema de táxi do País. Esses são dados recolhidos pelos sindicatos. O taxista de Porto Alegre é um homem educado e que exerce na sua profissão uma atividade de relações públicas. Quando se quer uma informação, a regra é procurar um taxista, pois ele atende pronta e educadamente as solicitações para a população. Não é de hoje que eu tenho um apreço muito grande pelo serviço de táxi da nossa Cidade. É o melhor serviço, talvez até pelas características do gaúcho, porque o povo gaúcho é hospitaleiro, o que muitas vezes não acontece em outras cidades do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PLL nº 005/98. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADO o Projeto por 02 votos SIM e 21 votos NÃO. Aceito o Veto Parcial.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1592/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Dia do Acemista no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.          

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 074/98. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão.

Em votação o PLL nº 074/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0685/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/98, que altera a ementa e os artigos 1º e 5º da Lei nº 7679, de 19 de outubro de 1995, relativa à associação do Município à Instituição Comunitária de Crédito - PORTOSOL.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação o PLE nº 007/98.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a verificação de quórum para discussão.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Requeiro que a verificação de quórum seja nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa constata, visualmente, que há quórum para discussão. Estando presentes onze Vereadores, há quórum.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Eu requeiro o adiamento, por uma sessão, da discussão do PLE nº 007/98.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. deve redigir o requerimento e entregá-lo à Mesa.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu retiro a solicitação de verificação nominal de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE: Aceita pela Mesa a solicitação do Ver. Renato Guimarães.

Com a palavra, o Ver. Adeli Sell para discutir o PLE nº 007/98.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma das discussões mais importantes que esta Casa, às 17h do dia 17 de agosto, deveria estar fazendo, com trinta e três Vereadores, com assessores de todas as bancadas, deveria ser este Projeto, porque aqui estamos discutindo como financiar o desenvolvimento de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

Cobram-se políticas. As mais variadas cobranças são feitas pelas bancadas de oposição e, quando o Governo de Porto Alegre tem a coragem, a ousadia de ampliar a Instituição Comunitária PORTOSOL com o apoio do seu Conselho, que é composto de pessoas, na sua grande maioria, não-vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, quando o seu Presidente não tem nenhuma vinculação com a nossa bancada, quando a Prefeitura Municipal de Canoas nos pede esta expansão, que é do PTB, um partido que nos faz oposição aqui, quando centenas, milhares de pequenos empreendedores necessitam do microcrédito com juros como estamos dando no PORTOSOL, é lastimável, incompreensível para a população de Porto Alegre a ausência, aqui, da grande maioria dos Vereadores de oposição e a tentativa sistemática de não discutir, não votar a questão da expansão do PORTOSOL.

Pois a nossa bancada, a Bancada do PT, este Vereador faz questão de discutir às últimas conseqüências, porque várias vezes, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, fizemos o debate, ainda este ano, Ver. Isaac Ainhorn, sobre a questão do microcrédito.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Eu lhe concedo um aparte, Ver. Isaac Ainhorn, já que V. Exa. é um dos poucos que aqui permanecem para fazer esse debate.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Eu fui relator deste Projeto quando ele aqui tramitou há alguns anos. Eu fui amplamente favorável ao Projeto, mas sempre disse que os juros a serem cobrados por essa instituição deveriam ser compatíveis com o sistema legal e constitucional, de 1%. No entanto, eram de 4,5% os juros praticados pela PORTOSOL; a meu juízo, são juros muito caros para microempreendedores. Hoje, por uma luta desta Casa, baixaram para 3,5%, mas assim mesmo são juros altos.

Eu acho que a Instituição deve primeiro se firmar na Cidade de Porto Alegre, pois ela entrou numa curva de desnível, recentemente, quando passou por aquela caótica situação de financiar uma obra em que não tinha havido a consulta popular nem daqueles que seriam beneficiados por ela, que é o hortomercado da Praça Parobé, gerando ao PORTOSOL uma situação de inadimplência e de desconformidade com conselheiros daquela instituição.

 

O SR. ADELI SELL: Nós queremos enfatizar, mais uma vez, que estamos fazendo este debate com a presença da Bancada do PT, do PDT, de um representante do PTB e do PMDB, e lastimamos que outros Vereadores tenham saído do Plenário porque querem impedir este salutar debate. Quero dizer ao Ver. Isaac Ainhorn que nós estamos fazendo um esforço muito grande para que o dinheiro do PORTOSOL gire permanentemente, porque o PORTOSOL, de fato, é um fundo rotativo, onde a Prefeitura de Porto Alegre e instituições não-governamentais colocaram dinheiro, e nós queremos que o benefício seja da população gaúcha e, em particular, da Região Metropolitana.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, o Ver. João Carlos Nedel fez um Pedido de Informações à Prefeitura Municipal sobre a Instituição Comunitária de Crédito PORTOSOL. Nesse Pedido de Informações, devidamente respondido ao Vereador - o Ver. Isaac Ainhorn também tem acesso a ele -, está colocada, por exemplo, a comparação de acordo com o capital retirado. Por exemplo: do efetivo cobrado para um capital de um mil e 500 reais, o PORTOSOL cobra uma taxa de 2%. O RS-Emprego BANRISUL cobra uma taxa de 1,94%. Qual é a diferença? É que, objetivamente, o PORTOSOL não tem nenhuma taxa adicional e todas as outras instituições de crédito para pequenos empreendedores têm taxas adicionais absolutamente altas, que fazem com que lá em cima aumentem os valores cobrados no final.

 

O SR. ADELI SELL: Exatamente, Vera. Maria do Rosário. Aqui estão presentes o Ver. Clovis Ilgenfritz, o Ver. Pedro Ruas, e eu, que sou Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Nós fizemos uma mesa redonda sobre o microcrédito e pudemos constatar que há dificuldades impressionantes, intransponíveis, no BANRISUL, no Banco do Brasil e outras instituições, que colocam “n” impedimentos para o microempreendedor. Na verdade, eu pude constatar naquela mesa redonda que as pessoas que conseguem cumprir rigorosamente todos os requisitos que essas instituições financeiras pedem, nós vamos ver que essas pessoas não necessitariam desse crédito. Agora, no PORTOSOL, é diferente. Como bem enfatizou a Líder do PT, Maria do Rosário, não há taxas adicionais.

Eu quero enfatizar: o PORTOSOL é, de fato, um fundo rotativo. Não se trata de uma instituição financeira característica, tradicional, mas se trata de um empreendimento para que se fomente o desenvolvimento em Porto Alegre, e agora queremos fazer com que esse desenvolvimento saia das fronteiras de Porto Alegre, ele ocupe a Região Metropolitana, com mais pessoas buscando esse microcrédito, para que, dessa maneira, nós possamos efetivamente ajudar o desenvolvimento da cidadania, a geração de empregos e de renda. Nós podemos puxar esse debate para um outro lado, para a questão do dinheiro público que é utilizado em nível federal, estadual para os grandes empreendimentos bancários. Por exemplo, o PROER foi utilizado por seis bancos quebrados. Levou 25 bilhões de reais, e em que isso beneficiou a população? Em nada, absolutamente nada. Quando se fala em juros altos, juros altos é a usura, a agiotagem implementada pelo Governo Federal. Isso, sim, que é usura e agiotagem.

O PORTOSOL é uma instituição digna, que merece o apoio de todos nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que V. Exa. coloque em votação o meu Requerimento de adiamento por uma Sessão da discussão do presente Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos a V. Exa. que não há quórum para votação e sim para discussão. Eu vou tomar a deliberação final após uma consulta à Diretora Legislativa. V. Exa. aguarde por um minuto para que esta consulta seja feita. A questão é controversa. Tendo em vista a insistência do Ver. Jocelin Azambuja, a Mesa vai assumir a hipótese de que esteja certa a situação de que, em não havendo quórum para a votação e o Requerimento estando na Mesa, não pode votar, não tem quórum e encerra-se a Sessão. Essa é uma hipótese. A outra é que há quórum para a discussão e poderia continuar a discussão, mas, pelo que entendo e pelo acordo que está existindo, inclusive das bancadas, é que nós interpretemos da forma inicial, ou seja, não há quórum para votar o Requerimento e nós encerramos a Sessão.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu consulto V. Exa. em relação aos Vereadores que já estão inscritos para a discussão. Eles ainda discutiriam hoje ou a inscrição fica garantida para a outra Sessão?

 

O SR. PRESIDENTE: A inscrição fica garantida dos que já estariam inscritos hoje e também dos que vierem a se inscrever na próxima Sessão. Ele pediu a licença por uma Sessão, e a licença é por hoje. A próxima Sessão já terá a discussão, e todos tem a inscrição garantida, com exceção do Ver. Adeli Sell, que já falou.

Não havendo quórum para a votação, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h21min.)

 

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